Gaia pioneira na adaptação às alterações climáticas
Zonamento Climático Local vai tornar o território mais resiliente aos riscos climáticos
O Município de Gaia é pioneiro no país na utilização do Zonamento Climático Local como ferramenta para tomar decisões de planeamento e de ordenamento do território efetivamente adaptadas aos contextos climáticos.
Na sequência dos resultados do Plano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana do Porto (Metroclima), a Câmara Municipal procurou colmatar uma das lacunas mais graves de conhecimento - os mosaicos climáticos locais - no momento em que procura tornar o seu território mais resiliente aos riscos climáticos.
A estratégia municipal para a adaptação às alterações climáticas esteve em destaque na conferência «O(s) Clima(s) de Gaia» que, na última sexta-feira, reuniu no auditório da Gaiurb centenas de participantes e foi presidida pelo presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca destacou a importância da criação de zonamentos de qualidade de vida e defendeu a necessidade de se prevenir e de se estudar para encontrar soluções de adaptação às alterações climáticas, num concelho quatro vezes maior do que o Porto, com 15 km de orla marítima e 17 km de orla fluvial, e diversas vulnerabilidades climáticas.
Minimizar o impacto e a vulnerabilidade do município relativamente às alterações climáticas, apostando no conhecimento, na sensibilização e no planeamento, constitui a visão estratégica do município, que visa conhecer melhor os impactos das alterações climáticas e capacitar todos os responsáveis pelo planeamento, ação e resposta; sensibilizar, informar e motivar a população a participar neste projeto, enquanto um dos atores principais; planear e implementar ações integradas e sustentáveis, articulando a população e o território nas suas diversas dimensões, antecipando e minimizando os riscos, os impactos e a vulnerabilidades do município às alterações climáticas; e articular interna e externamente por forma à efetiva implementação das medidas definidas.
Uma vez que o(s) clima(s) também contam para promover a saúde e prevenir a doença, a estratégia municipal para a adaptação às alterações climáticas passa igualmente pela alimentação, o que representa um importante papel da autarquia na implementação do Pacto de Milão.
Em causa está a adaptação das ementas escolares, tendo em conta a sustentabilidade e incentivo ao consumo do prato vegetariano, a minimização do desperdício alimentar nos serviços de refeição geridos pela autarquia, o incentivo ao consumo da água da companhia, o apoio e sensibilização dos produtores locais para esta questão.
A conferência teve como oradores Ana Monteiro, investigadora da Universidade do Porto e coordenadora científica do plano de ação da estratégia municipal para a adaptação às alterações climáticas do Município de Gaia, Gerald Mills, da Universidade de Dublin, que apresentou um caso de estudo sobre a importância do Zonamento Climático Local no planeamento sustentável, Helena Pereira, arquitecta paisagista da Gaiurb, que deu a conhecer a estratégia municipal para a adaptação às alterações climáticas do Município de Gaia, e Paulo Magalhães, investigador da Universidade do Porto, que se referiu ao(s) clima(s) de Gaia como vetor para tornar as casas mais confortáveis e para diminuir a pegada ecológica em Vila Nova de Gaia e, ainda, Bárbara Camarinha, nutricionista da Câmara Municipal, que partilhou uma leitura da estratégia municipal para a adaptação às alterações climáticas a partir da alimentação.
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